Quando "oiei" a terra ardendo
Qual a fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de "prantação"
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
"Intonce" eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
"Intonce" eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Hoje longe, muitas légua
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar pro meu sertão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar pro meu sertão
Quando o verde dos teus "óio"
Se "espaiar" na prantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu vortarei, viu
Meu coração
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu vortarei, viu
Meu coração.
Interpretação:
A música que talvez seja a mais conhecida de Luiz Gonzaga "Asa Branca" mostra todo o sofrimento do povo nordestino que teve que ir embora do sertão para não morrer de fome e sede.
O povo do Nordeste tem muita tradição, uma delas é retratada na música é a de queimar madeira para fazer a famosa fogueira de São João, mas não fala só das tradições fala também na grande fé que temos como mostra-se no trecho "Eu perguntei a Deus do céu, ai Por que tamanha judiação".
A falta d'água fez com que nenhuma planta vingasse, o gado morresse, e até a Asa Branca fosse embora do Sertão. Está presente nessa música o êxodo rural, também a separação de um amor que é expresso no seguinte verso ""Intonce" eu disse, adeus Rosinha Guarda contigo meu coração" onde mostra que ele não queria ir embora e deixar seu amor pra trás, mas foi preciso para não morrer de inanição.
Quando a chuva voltar a cair renovará a esperança do sertão.